Na quinta-feira, 24 de abril de 2025, durante o julgamento sobre a morte de Diego Maradona, o cirurgião Rodolfo Benvenuti fez revelações importantes sobre o papel do médico pessoal do ídolo argentino, Leopoldo Luque, na cirurgia que precedeu sua morte. Benvenuti afirmou que Luque falsificou um relatório médico, assumindo indevidamente a responsabilidade pela operação realizada em Maradona em novembro de 2020.
Maradona faleceu no dia 25 de novembro de 2020, após sofrer uma parada cardiorrespiratória enquanto se recuperava de uma cirurgia no cérebro, realizada três semanas antes. A operação, que aconteceu em 3 de novembro de 2020, tinha como objetivo tratar um hematoma subdural que Maradona havia desenvolvido. A realização da cirurgia, no entanto, foi marcada por uma disputa sobre quem seria o responsável pela intervenção.
Benvenuti, que foi convocado para avaliar a situação, relatou: “Víctor Stinfale teve um confronto forte com Luque, porque Luque insistia que ele mesmo faria a operação. Houve uma situação bastante tensa sobre quem operaria Diego Maradona.” O cirurgião explicou que Stinfale discordava da escolha de Luque, pois, embora fosse neurocirurgião, ele tinha mais experiência em cirurgias de coluna do que em intervenções cerebrais. “Stinfale achou que Luque não era o profissional adequado para essa cirurgia”, afirmou Benvenuti.
De acordo com o depoimento de Benvenuti, depois de muito debate, Stinfale decidiu que outro cirurgião realizaria o procedimento. “Luque aceitou não operar Maradona quando Stinfale lhe disse que não se importava se ele colocasse seu nome como responsável pela cirurgia; o que lhe importava era que o melhor profissional operasse Diego”, revelou Benvenuti ao tribunal. Mesmo assim, o relatório médico final creditou a Luque a responsabilidade pela operação, o que, segundo Benvenuti, não era verdadeiro.
Depoimento de Víctor Stinfale sobre a morte de Maradona
Além do depoimento de Benvenuti, o advogado Víctor Stinfale também havia confirmado anteriormente que foi ele quem realizou a operação, a pedido de Maradona. Segundo Stinfale, a filha de Maradona, Gianinna, concordou com a escolha de não permitir que Luque fosse o responsável pela cirurgia.
O julgamento continua com a análise de sete acusados, que podem ser responsabilizados por homicídio simples com dolo eventual. Caso sejam considerados culpados, as penas podem chegar a até 25 anos de prisão. O processo segue com a avaliação dos juízes Maximiliano Savarino, Verónica Di Tommaso e Julieta Makintach, que têm a missão de determinar a responsabilidade dos envolvidos na morte do ex-jogador.