Poucos dias depois de anunciar um bom reajuste no valor das premiações da Copa do Brasil, o que agradou – e muito – os clubes nacionais, a Confederação Brasileira de Futebol quase causou um grande mal-estar com os mesmos. Isso, porque no entendimento da entidade, ela também é dona da parte comercial do Brasileirão – leia-se das placas de publicidade.
Em outras palavras, o objetivo da CBF é fazer parte dos contratos assinados pelos clubes e levar uma porcentagem das receitas desta propriedade. De acordo com o jornalista Rodrigo Mattos, em sua coluna especial no portal ‘UOL Esporte’, nem todos os times até agora receberam o ofício, o que deve ocorrer nos próximos dias.
Brax pode cobrir gasto extra para não prejudicar os clubes
Além de fechar um bom acordo com os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, de forma independente, sem a presença da CBF – como acontecia até 2024 -, a agência Brax, dona da maior parte dos direitos, se colocou à disposição para cobrir esse valor extra, não deixando as equipes com prejuízo financeiro. Para isso, contudo, será necessário ter uma segurança jurídica sobre a exploração do ativo.
Vale lembrar que 19 times fecharam o acordo com a empresa Brax: Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Bragantino, Ceará, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Internacional, Juventude, Mirassol, Santos, São Paulo, Sport, Vasco e Vitória. Somente o Palmeiras foi a exceção, com o acordo sendo firmado com a Sportshub – válido, é claro, para o ciclo de 2025 a 2029.
Ainda segundo a reportagem de Rodrigo Mattos, em todos os casos, houve um aumento significativo nos valores. Enquanto Flamengo e Corinthians passaram a ter ganhos anuais de R$ 66 milhões, o Palmeiras fechou em R$ 63 milhões – anteriormente, o valor máximo a ser pago era de R$ 40 milhões. A partir daí, a CBF passou a se basear na prática internacional e no estatuto de Fifa e Conmebol.
“Em contratos anteriores, a CBF era não só participante dos acordos como também a garantia dos clubes. Quando a Sport Promotion, que tinha os direitos de placas, deu calote nos clubes, a entidade continuou a pagar os valores integrais para cobrar posteriormente da empresa”, escreveu o jornalista.